domingo, 12 de setembro de 2010

Memórias de uma manhã amarela

Por vezes cantei
a cantiga da memória.
Relicários doces
dos quais se omitiu,
ou mesmo eu não deixei
claro nos descaminhos
sobre o suor que me escorreu.

Por mais que tente
não há carinhos
nem malícias
que enxugue a têmpora
do brilho acre,
do ser sozinho.
Há sempre a tentativa torpe
e desmedida de resgatar o tempo,
de relembrar a história.

Ecos no escuro
nossos amores e desafetos
beijos e socos detrás os muros.
Mil vozes rezaram em uníssono
rogando o seu retorno.
De volta, apenas meu grito estridente,
cheio de dor entre os dentes,
amanhecendo o transtorno.

E você, de vestidinho claro
leve e solto ao vento
comia, sem alento,
as sobras de um sem fim,
sem rumo.

Mas o teu coração...Ah o teu coração!
Esse não soluçava como o meu.
Tu corrias com sorriso nos olhos,
saciada e plena,
eras livre sem mim.

Um comentário:

R. Bloise disse...

Livre não era só ela, é só q outro n descobriu q tb era livre... mas geralmente é assim msm.