terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Sorriso
domingo, 23 de janeiro de 2011
o poeta de verdade
O poeta revigorou-se de subito
E viu aproximar-se em seu decúbito
a verdade que veio cambaleante
Embebida em vinho
Vermelha como a vontade do viajante
De querer reencontrar sua vida
E desejou encontra-la do jeitinho
Que a deixou
Quando partiu sem rumo
Ou rumo ao desconhecido se aprumou.
Voltou acanhado
Mas ainda assim destemido
E receoso de ter de reconstruir
Tudo aquilo que havia deixado.
Mas nao ficou inacabado
Nada do que havia falado
o que chegava aos ouvidos alheios
Como sussurros ou lampejos.
Sabia que chegava de fininho
Abrindo a porta ao facho de luz
E dizendo ”voltei pra ti”
como quem se seduz
numa piscadela ou num pequeno gesto
malfeito ou torto
e ainda assim a reconquista
e se reconforta.
Sabia que à primeira vista
Tudo se endireita
E se escancara a porta
Àquele pensamento
De que estava certo.
Pois a vida é assim, pensou o poeta:
As verdades são ébrias contumazes
Que te perseguem feito capatazes
Com a foice erguia em seus braços
Te atando em dois atos
Pra dizer que foi justo.
Ou que mereces sofrer.
Mas a verdade,
Ah, a verdade,
Ela sempre irá te envolver.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Sufoco
Na terra onde a mentira
É a alma do negócio
Sigo com paciencia
Levando a vida
Ate que o dia
da suave partida
me livre da insanidade
dos intuitos de saída
abraçarem a saudade
e eu chegar em casa
são, salvo em terra firme.
A firmeza dessa terra
há de me segurar
nos dias quentes de v erão
quando entao eu suspirar
e me jogar na rede
respirando o ar verde
respirando a companhia
de quem me quer perto.
E se eu for esperto
Já te digo
Que me livrei de um pesadelo
Cuspi por inteiro
Todos os dias desse desterro
Deixando pra trás
O doce desejo
De nunca mais voltar.
Queria a vida um samba de roda
Quando tudo em minha volta
É um frio de matar.
domingo, 12 de setembro de 2010
Memórias de uma manhã amarela
terça-feira, 13 de julho de 2010
Caminhos
E a correr, a estrada.
É o vento na viseira
E os trilhos na madrugada.
Sou filho da terra.
Meu corpo a ela pertence.
A porteira se estende
E vou subindo a Serra.
Passando por caminhos tortos
Sigo em frente,
De casa em casa,
Com o frio entre os dentes.
Indo embora,
Asfalto e chão.
Hoje, lá fora,
Uma canção
Sobre a brisa,
Sobre seguir o tempo
E levar a vida
Em passatempo.
O gosto doce das matas
E o suor que escorre
Nos rios,
Tudo isso me ocorre
Em meus caminhos.
É bem verdade
Que ainda não vi tudo,
Mas a minha vaidade
É que não me contento.
A vontade de não ver tudo
Na realidade é meu alento.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Naquela nova vida
nascer
novamente
naquela
noite
nem
notei
nossa
notória
[saudade...
naquele
nó
nascia
nosso
novelo
na verdade
nubentes
negados
num
nocivo
[ desdém...
numa
nua
negação
no
ninho
nivelava
nossas
necessidades.
Não havia
néctar
nem
nácar.
Não nascia
nem mesmo
novilho,
nulo
nesse
nódulo
nascido
[num acaso.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Se foi
sem
saber
se
seria
seu sopro
[no coração...
selou
sua
solidão
sem
soltar
som
só
sobras
[e comoção...
sabia
salvar
seu
salto
sem
sol
em salmoura
[na bacia
sem
sobressaltos
saltou
sua
séria
sabedoria
sacrificou
sem
saber
se seriam
sobras
seu suave gesto
sem gosto
sem graça
[se foi....