domingo, 21 de dezembro de 2008

O choro e a chuva

E volta o velho
E seu chapéu panamá.
E volta o cego
E sua mania de assobiar.

Sentado em meu jardim,
Eu vejo e desejo pra mim
a volta, a mania e o assobiar.
Ouvindo um rádio ao longe tocar,
Sinto que um suspiro,
Tal como quando me apertam os olhos
Pro sono chegar,
Me toma o lugar.
Da terra, minhas mãos retiro.
E uma agonia infinita
Como aquela da partida
Me faz cambalear.
É o velho e o panamá a passar.
É o cego a assobiar,
É o rádio a tocar.
De repente, o clima muda
Um pingo, minha cabeça desnuda
Já são dois...três...é a chuva!
De algum jeito isso me alivia
E começo a sentir que posso seguir.
Entro em casa...sensação estranha,
Estranha alegria,
meio que nostalgia,
Me faz chorar.

É o gosto de chuva
ao choro a se misturar.
E minha mãe a gritar:“ Menino, olha a chuva!!!”
Sim, mãe! A chuva...o choro...a chuva....

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